free hugs :)

Free Hugs: http://www.youtube.com/watch?v=vr3x_RRJdd4&eurl+

lado a lado

o "lado a lado" foi um projecto que nasceu de um convite de que nem eu nem o João Pedro estavamos à espera. aconteceu. bora aí, querem fazer um concerto no Olga Cadaval este mês? e confesso que não pensei muito no assunto, achei uma óptima ideia de imediato. já falavamos nisto há um tempo, um dia tocarmos juntos, mas sempre sem nada muito concreto que nos fizesse avançar. às vezes é assim, e parece que é assim que as coisas sabem melhor, inesperadas, a vida a acontecer sem grandes planos, a deixar-se ser entusiasmo e emoção. convidei da minha banda o Filipe e o Vicky, e o João Pedro convidou da sua o Marinho e o Rui. os dois tivemos pena de não ter connosco o pessoal todo, mas pretendia-se um concerto intimista, era isso também o que nos motivava. mostrar as canções mais despidas, com os seus silêncios, o seu tempo mais interior. cantar com o João Pedro, desta maneira, tantos temas ( alguns tão só meus e tão só dele) foi uma emoção especial. os dois sabemos que fazemos canções cheias das nossas histórias e partilharmos essas canções foi entregar um bocadinho dos nossos mundos, sem reservas, um ao outro, com um respeito enorme um pelo outro e pelas nossas formas às vezes parecidas e às vezes diferentes de sentir. foi muito bom ir criando entre todos, cada dia, no auditório do Olga Cadaval onde construimos este espectáculo, uma cumplicidade que foi crescendo e que sentimos ser tão forte logo no primeiro acorde, quando subimos ao palco com uma sala esgotada à nossa frente por um público especialmente caloroso . muito, muito obrigada aos músicos por essa cumplicidade e por tanto talento, foi inesquecível. muito obrigada também aos técnicos ( os que trabalham habitualmente connosco e os do Olga Cadaval ) pelo constante apoio e colaboração em tudo o que foi dando forma ao espectáculo. muito obrigada a todos os que produziram, aos que tiveram a "culpa";), aos que estiveram sempre também lado a lado connosco a cada momento. é que "lado a lado" somos muito mais que dois, somos tantas pessoas que gostam de nós e de quem gostamos tanto, e isso sabe muito bem.

o último obrigada e o maior é para vocês! estiveram connosco o tempo todo. foram, como sempre, a razão da escolha de cada momento, das canções que achavamos que gostariam de ouvir e como, da vontade de mostrar o que já há de novo e o que é mais antigo sentido de outra maneira. obrigada a todos, os que estiveram lá e os que, pela rádio, nos ouviram, os que gostariam de ter estado e hão-de estar. a vontade é essa: voltar a encontrar-nos. lado a lado.

olá

gosto deste desenho, foi o meu filho que desenhou no meu telemóvel e sou eu a tocar guitarra. gosto do vento no cabelo, dos meus pés virados ao contrário ( é que uma pessoa deve seguir o seu caminho, mesmo que o sentido possa parecer estar errado à vezes ), e gosto da guitarra que me atravessa de um lado ao outro e que incorpora os meus braços na sua forma ( ou ao contrário, ele não me explicou bem essa parte...) gosto deste desenho porque sou eu em projecto, eu em construção, e é assim que me sinto, entre arranjos, temas novos que ficam, outros que se deitam fora mas dos quais sobrevive uma frase, uma ideia, uma sensação qualquer de onde partir para um novo tema. os timings de criar são coisas delicadas. numa semana inteira pode não se fazer nada, em desespero, para em dez minutos nascer inteira uma canção. entre euforia e angústia vão surgindo as formas do que tenho sentido e vivido por dentro, as formas que são palavras arrancadas a mil silêncios onde me guardei, como fazemos todos, tantas vezes. palavras decifradas de sentir, de rir, de chorar, de viver a vida de todos os dias, que, por mais que se escondam por dentro de nós, hão-de deixar-se encontrar se procurarmos bem.

no meio dos arranjos e do trabalho para o disco novo surgiu o convite para fazer o Olga Cadaval com o João Pedro e gostei muito da ideia. Gosto muito do João Pedro, gosto da maneira como ele vive e sente a música, gosto de tocar e cantar com ele e está a ser um prazer enorme trabalhar neste novo projecto. hoje tivemos o primeiro ensaio.

um abraço grande. prometo voltar em breve, apesar de a minha vocação para a "vida de bloguista" ser isto que se vê;)...

casino

tocar no casino do Estoril é sempre especial. o público é sempre fantástico, vão amigos que gostamos de ter perto e que é bom ver sentados à nossa frente, a adrenalina é muita e a responsabilidade de que tudo corra o melhor possivel é imensa, ano após ano, e faz-nos entregar-nos ainda mais. gosto mesmo muito de lá ir e trago sempre comigo imagens e momentos inesquecíveis. gostei de ter cantado um tema novo e não me esqueço das palmas, a meio, tão sentidas, a dar-me uma força tão grande. obrigada a quem lá esteve! vocês são mesmo um público extraordinário!

auditório Paulo VI

gostei TANTO! e também já tinha tantas saudades! um abraço enorme a todos - tantos!:) os que viveram connosco esta noite no Auditório Paulo VI. foi inesquecível. e boa sorte a quem vai nesta missão para Angola, que foi a razão pela qual estivemos juntos. é extraordinário sentir a boa onda das coisas que são feitas com a coragem e a força do coração.

n.y.

passei mais do que uma vez em Union Square mas só no último dia, o único dia em que não fez um frio de rachar, quando fui passear por essa zona com mais tempo, reparei neste edifício de esquina que é a New York Film Academy. hoje liguei ao meu querido amigo Nuno Garcia ( que realizou os videoclips da "Gota" e do "Fim do dia") e confirmei que foi lá que ele esteve no ano passado a estudar realização, assim como outro grande amigo meu que é o Pedro Granger. foi giro passar ali e serem lugares por onde andaram e viveram pessoas de quem gosto, e encontrar esses lugares por acaso no meio de uma cidade imensa como Nova York. nesse dia, a vaguear pelas ruas até ao hotel, encontrei um café brasileiro e tomei um café de verdade - com a calma com que se toma um café de verdade, aquela calma que dá vontade de escrever um bocado, observar um bocado, viajar um bocado, mas por dentro ( coisa complicada de fazer por lá ) - e encontrei também, mesmo em frente, uma livraria com livros antigos onde comprei um catálogo de uma exposição de Jackson Pollock no museu de Arte Moderna de Nova York de 1967. espero voltar numa viagem mais quente, um dia destes.

um abraço grande a todos. nunca mais é Verão!

Sofia Froes e Pedro Granger durante as filmagens do videoclip da "Gota"

Nuno Garcia durante as filmagens do mesmo videoclip

valter hugo mãe

"objecto cardíaco" é um nome fantástico para uma editora. é isso que se espera dos livros, que sejam objectos cardíacos, que nos entrem pelo sangue, que nos apaixonem e nos agarrem pelas veias como quem arranca um mundo, com as mãos, pela raíz. ou não é? só assim é que vale a pena. assim, com as mãos cá dentro. um livro que vale a pena é esse objecto que agarramos com as nossas mãos e que, com as suas, nos rebenta inteiro o coração.
valter, tudo de bom!

http://www.objectocardiaco.blogspot.com/

"momentos certos"

ter discos novos para ir ouvindo e descobrindo é maravilhoso. discos, mesmo. objectos. coisas de agarrar com as mãos, de sentir o peso, a textura, a forma. abrir e folhear, ler títulos, letras, fichas técnicas e só pôr a tocar quando acho que é "o momento certo". de manhã ou de noite, quando tenho um tempo que é mesmo só meu, com tempo pela frente, sem aquele rótulo de prazo de validade que quase todo o tempo traz cravado na pele. há momentos, do dia ou da noite, que parecem poder ser eternos, têm esse sabor da memória pressentida, do que vamos talvez poder guardar para sempre, do que queremos poder salvar de um tempo que apaga e rasga tanto de nós. alguma desta música é de guardar assim.

não conhecia nenhum dos músicos e bandas que fizeram estes discos. um amigo deu-mos a conhecer agora, há uns dias. já ouvi o que está na fotografia, do Sufjan Stevens, que se chama "Illinoise" e é muito, muito bonito.

ontem vi o último videoclip do David Fonseca no site dele www.davidfonseca.com e está altamente! já me tinham dito que era muito bom. tem fotografias do Augusto Brázio e, por coincidência, eu tenho andado a ler um livro do Eduardo Prado Coelho que se chama "A razão do azul" e tinha acabado de ler um texto onde ele fala de uma exposição de fotografia do Augusto Brázio em Coimbra realizada há um tempo. o texto chama-se "Lugares que já são outros lugares" e diz assim: " O olhar parou - mas onde? (...)uma cidade não são apenas as paisagens da rua, os monumentos, os sítios ritualizados, mas é também, mas é sobretudo, uma estranha e indefinível relação entre corpos e espaços, entre afectos e formas, entre lágrimas e luzes." e depois diz ainda, sempre acerca das fotografias desta exposição, que "se trata de um olhar nas margens ( das margens sobre as margens ) de uma cidade(...)." a margem está no "recorte de luz, que cria insistentemente o pressentimento de outro espaço". o videoclip tem talvez também um bocadinho de tudo isto, a cidade a ser essa "indefinível relação" entre corpos, espaços e afectos e alguém em lugares de passagem, à procura. desta vez, não "nas margens", mas no centro do pressentimento de outro "alguém". gostei mesmo.

todos os dias

o primeiro romance do meu querido amigo Jorge Reis-Sá chama-se "Todos os dias". tive o privilégio e o prazer de receber o "meu" das suas mãos no dia em que ficou pronto, acabado de sair da gráfica. já o li. é muito, muito bonito. é mesmo muito bonito, Jorge. tão denso e tão leve, ao mesmo tempo, tão duro e tão comovente como é a vida de todos os dias. porque em cada dia trazemos dentro a nossa vida inteira e em cada dia somos sempre todos os dias que existem dentro de nós.

match point

ontem por fim o meu filhote melhorou da constipação e consegui ir ao cinema. a vida ( para alguns, pelo menos ) divide-se em antes e depois de ser fácil ir ao cinema. "antes" é como ir tomar um café, fazer umas compras, é um projecto equivalente a isso. "depois" é quando fica tão complicado como organizar uma expedição para escalar o Everest. mas pronto, ontem fui mesmo ver o "Match Point" e adorei. há muito tempo que não gostava tanto de um filme, em geral. também há muito tempo que não gostava tanto de um filme do Woody Allen. o argumento é fantástico, inteligente, cheio de um humor desencantado onde, sem grande drama ( ou será esta apatía um sintoma de pânico total? ), quase todos nos revemos hoje em dia. toca-nos num ponto tão sensível como sermos capazes de aceitar que existe uma grande dose de acaso e de sorte no rumo das nossas vidas, que escapa completamente ao que podemos controlar e dominar. a falta de sentido custa e dói mas é uma probabilidade muito forte. resta-nos continuar a tentar encher de sentidos os gestos, as palavras, os momentos e a esperar que, em cada jogada, a bola caia do lado certo da rede.


http://www.matchpoint.dreamworks.com/main.html

www.woodyallen.com

ía ver hoje o "Match Point" mas depois não foi possível e vai ficar para outro dia desta semana. ( mesmo! digo eu...) estou curiosa. tenho ouvido dizer muito bem do filme e apetece-me imenso uma história do Woody Allen, mesmo sem Nova York, sem Woody Allen, até mesmo sem as referências e piadas esquizoneuróticas só dele que já me disseram não fazer parte deste argumento. mas pronto, não deu para ir ao cinema mas fica aqui um "efeito colateral" do meu plano falhado...

estrada

tenho tido imensas saudades de concertos e ontem, com o blog da Ana e as sugestões de partilha dos nossos melhores momentos, fiquei ainda com mais saudades. apesar de precisar mesmo deste tempo para escrever e concentrar-me nos temas novos e preparar outro disco, a "estrada" é um "lugar" especial. é um encontro não só com o público, que nos dá sentido e nos faz querer dar sempre o que somos de melhor, mas também com a equipa toda com quem se projecta e realiza cada espectáculo, e é um encontro que enche a alma. gosto muito de tocar ao vivo. gosto muito de estar no palco. gosto muito de vos ver e de vos ouvir cantar comigo. não há nada no mundo de que eu goste mais. para isso ser possivel, assim, com essa confiança, é preciso ter connosco pessoas que são as certas, que dão segurança e nos fazem sentir que, seja qual for o problema que possa surgir na construção e preparação do espectáculo, ele vai ser resolvido com o máximo rigor.
a Ana Moitinho é minha manager e também road manager, porque faz estrada connosco, e trabalhar com ela é muito, muito bom. não só por esse rigor mas também pela paixão que ela sente de uma forma intensa e genuína pelo seu trabalho, pelos seus amigos e companheiros e pelos seus projectos. também acho que sem essa paixão nada disto faz sentido nem vale a pena. é que fazer estrada para nós continua a ser sempre cumprir o nosso maior sonho, aquele que alimentou de força e luz cada um dos momentos investidos em estar aqui, aqueles momentos todos em que, às vezes tão sozinhos, teimámos em aprender, em experimentar a música e as palavras de uma maneira só nossa, em contrariar outras vontades e construir o nosso caminho com muito mais céu do que chão. e estar aqui hoje é bom, com todas as pessoas que fazem parte deste projecto.
deixo-vos um link www.nunoallan.com porque o Nuno, que é o meu queridíssimo baixista :) e pessoa maravilhosa de quem sou muito, muito amiga gravou um disco de originais e vai apresentá-lo em concertos brevemente. e o João Barbosa também, guitarrista da nossa banda, grande músico e grande amigo, vai lançar um disco ainda este mês com o seu projecto "Gota". o pessoal anda todo numa fase muito criativa:) este vai ser um ano BOMMMMM!!!!!!

ANACRONIOS

ah! então era isso que vocês andavam a combinar?! o BLOG! bem me parecia que havia aí muita conversa e muito mistério!;)
Ana, fico muito feliz por te teres decidido por fim ( com a ajuda técnica da Janica, a quem também costumo "cravar" ajuda a toda a hora...pois...) a "inaugurar" o teu blog. tu arranjas tempo até onde não há quando te apaixonas pelas coisas e acho mesmo que esta vai ser uma história de paixão. anacronios.blogspot.com fica muito bem!!!! e enquanto procuras o significado perdido de "acrónios" vais de certeza ter tempo e espaço, neste novo lugar que criaste, para te encontrares a ti, em tudo o que a falta de tempo e de espaço para poder partilhar o que nos toca mais fundo nos faz tantas vezes esquecer.
não te esqueças de incluir o roteiro gastronómico, um dia destes, está prometido!!!!:)

a alma cheia

pouca coisa... uma prancha de surf e uma bicicleta. e a alma cheia de chão e de céu.

o inverno

tenho saudades de noites de Verão, do sabor de uma imperial quando faz muito calor, do sol a entrar quente pela janela e do entardecer tardío a fazer os dias mais longos e as noites a escurecer à hora que é a certa. a pele mais morena e a roupa mais leve, os passeios de bicicleta ao fim da tarde, as coisas que se combinam quando o tempo nos dá tempo. tem-se visto o sol mas é um tremendo engano. abre-se a janela e o sol, afinal, vem embrulhado num ar gelado que se cola à ponta do nariz e fica lá agarrado quase para sempre e, como se fosse pouco, às seis da tarde cai do céu, interminável, uma noite escura...

tudo bem, confesso, eu sou a pessoa que mais odeia o inverno que eu conheço!

"doido por ti"

ofereceram-me este livro no Natal. adorei a série e estou a gostar imenso também de ler o livro. começa logo com uma ideia fantástica: a primeira página do primeiro capítulo é a página 145 e, de facto, tira logo ao leitor aquele peso insuportável de nunca mais passarmos das primeiras páginas e ainda faltar imenso para nos sentirmos "por dentro da situação". começas a ler e já és "dono" do livro;) já vais na página 145, então!... depois começa a lista das mais banais peripécias das nossas vidas e vamo-nos reconhecendo nas histórias, nas manías quase sempre ridículas e difíceis de explicar, nos gestos, no que queremos a todo o custo esconder do mundo e dos outros, no que queremos muito partilhar, nas relações que temos, nos momentos de solidão, e descobrimos o humor, um lado muito, muito cómico, em tudo o que antes era simplesmente quase indiferente. aconselho! principalmente para quem viu a série porque vai ler as partes dela com a voz e a imagem da insuperável Helen Hunt.

estas não são as férias ideais para se descansar... fica-se rebentado, exausto, e assim que acabam os motivos para festejos e noitadas eis que não sobra um dia para recuperar. amanhã começa tudo de novo, no auge da podridão... mas amanhã começa mesmo tudo de novo:) um ano novinho em folha, com os dias todos outra vez do princípio para podermos recomeçar. este ano de certeza que vamos todos fazer o que no ano passado acabámos por não conseguir: organizar e aproveitar muito bem o tempo. deve haver um truque... deve ser preciso fazer uma lista logo no primeiro dia útil a seguir à confusão ou então acertar na agenda que se compra. uma agenda é o ano inteiro nas nossas mãos, em branco. é preciso tomar logo conta dela antes que ela tome conta de nós. desejo-vos a todos um ano de 2006 muito, muito feliz, vivido em cheio! agarrem-no com força e encham-no de histórias, de viagens, de encontros, de desejos, de tudo o que for mesmo importante para cada um de vocês.
um abraço enorme!