sexta-feira, junho 08, 2007

a Marta dos Xutos

às vezes passamos pelos dias com tanta pressa, às vezes com tanta indiferença, que nos esquecemos disto que a vida, de vez em quando, nos obriga a aprender: cada momento importa como a vida inteira. cada momento que vivemos, que sentimos, que guardamos nos lugares mais entranháveis da nossa memória, nesses lugares onde somos quem nós somos de verdade, onde abraçamos e somos abraçados por quem fica quando às vezes não fica mais nada, as pessoas que amamos e que nos constroem, por dentro, que fazem que exista em nós, por dentro, um mundo que nos acolhe.
hoje sinto-me triste. mas quem é que não se sente triste, hoje? há uma pessoa, que é e será sempre uma pessoa nossa, que nos deixou. porque, directa ou indirectamente, mais perto ou mais longe, estamos juntos nisto. fazemos música, fazemos estrada, pomos tanta paixão nisto que fazemos que é a nossa vida que deixamos aqui. uns com os outros. a saber uns dos outros. a guardar-nos uns aos outros. a dizer-nos uns aos outros constantemente.
guardo da Marta óptimas recordações mas guardo, principalmente, saber dela muitas vezes porque ela disse qualquer coisa à Ana, porque ela ligou, porque ela achava isto ou aquilo de qualquer coisa e a sua opinião era mesmo muito importante. a Marta é tão forte dentro da vida da Ana como a Ana é forte dentro da minha vida. a Marta chegou, por dentro da vida da Ana, de uma forma tão afectiva, dentro da minha vida e hei-de guardá-la sempre, assim, em mim.